O Preço da Cesta Básica em Dourados, Mais Uma Vez, Fechou Em Alta No Mês De Junho

O valor da Cesta Básica do mês de Junho/2021 comparado com o mês de Maio/2021 apresentou um aumento de 1,24%, é o que constata a pesquisa desenvolvida pelo Projeto de Extensão Índice da Cesta Básica do Município de Dourados do curso de Ciências Econômicas da (FACE) Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) realizada na última semana do mês de Junho e primeira de Julho de 2021.
Os produtos que compõem a Cesta Básica conforme o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de acordo com a Lei Nº 399 que estabelece o salário mínimo são: (Açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão francês e tomate). Os preços da cesta básica de Maio/2021 com estes produtos ficaram em R$ 559,02 o que significa 50,82% do Salário mínimo que foi de R$ 1.100,00. E no mês de Junho de 2021, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia maior a isso para a compra dos produtos componentes da cesta básica que foi de R$ 565,95, o que equivale a 51,45% do salário mínimo cujo valor nominal corresponde a R$ 1.100,00 neste ano de 2021.
E no âmbito nacional, o maior preço da Cesta Nacional no mês de Junho/2021 foi registrado em Florianópolis (Santa Catarina), com R$ 645,38; seguida por Porto Alegre (Rio Grande do Sul) com R$ 642,31 e a terceira capital com maior preço da Cesta foi São Paulo com R$ 626,76. No mês de Junho/2021, tivemos um aumento em todas as capitais do país onde são realizadas a pesquisa, conforme constata o DIEESE, no total, são 17 capitais.
No mês de Junho/2021, os menores preços foram encontrados na capital do Estado de Pernambuco, Recife com R$ 483,92; Aracaju (Sergipe) com R$ 470,97 e com o menor preço da Cesta Básica do país no mês referido foi registrado em Salvador (Bahia) com R$ 467,30. Observamos que os menores preços foram praticados nas capitais da Região Nordeste do país, fato este que se repete desde o início da pesquisa.
E no decorrer do ano, de Janeiro a Junho/2021, os produtos que mais aumentaram de preços foram o açúcar com 27,09%; farinha de trigo com 16,11%; café 13,61% e a carne com um aumento nos últimos seis meses de 9,93%. E estes produtos tiveram queda de preços no primeiro semestre do ano, a batata com 51,85%; banana com 33,10% e o tomate com uma queda de 19,70% neste período.
Comparado com a capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, onde o preço da sua Cesta no mês de Junho/2021 foi de R$ 566,78; a Cesta douradense é menor que a capital do Estado. Desta vez, o preço da Cesta Básica douradense do mês de Junho/2021 superou aos preços praticados em 9 capitais estaduais do país, estas são: Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte, Belém, Natal, João Pessoa, Recife, Salvador e Aracajú segundo o DIEESE.
A partir da Constituição Federal de 1988 o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais, com isso, no mês de Maio/2021, um trabalhador douradense para pagar a cesta básica tinha de trabalhar 111 horas e 48 minutos. E no mês seguinte, Junho/2021, este mesmo trabalhador precisou de um tempo maior para comprar alimentos que foi de 113 horas e 19 minutos, isto representou uma perda do poder de compra do salário do trabalhador douradense no mês de Junho comparado com o mês de Maio/2021. Esta perda ocorreu devido ao aumento de preços da Cesta Básica no mês de Junho.
Dos 13 produtos que compõem a Cesta Básica, 10 apresentaram um aumento dos seus preços no mês de Junho em Dourados. Estes produtos que aumentaram de preços foram: o açúcar com o maior aumento chegando a 9,70%. Outros produtos que aumentaram de preços no mês de Junho estão; o café em pó com 8,72%; a banana com 7,85%; o leite com 7,00% de aumento.
Estes produtos, também aumentaram de preços no mês de Junho: a farinha de trigo com 5,84%, o óleo de soja com 3,51%; o arroz com um aumento de 3,32%; a carne com 3,23%; o pão francês com uma elevação de preços de 2,65%; e com uma pequena elevação de preços a margarina com 0,77%. Estes produtos; açúcar, café em pó, leite, farinha de trigo, arroz e pão francês aumentaram pelo segundo mês seguido. E desde o mês de Abril até Junho, três meses consecutivos, aumentaram de preços a carne, a margarina e óleo de soja.
E estes produtos registraram queda de preços no mês de Junho/2021 se comparado com o mês de Maio/2021, a batata com a maior queda de preços que chegou a 33,03%, o feijão com uma queda de 3,22% e o tomate que fechou com 2,56% de queda de preços.
Com o aumento dos preços dos produtos da Cesta Básica como foi em Junho/2021 no município de Dourados, reforçamos ainda mais nossa sugestão aos consumidores douradenses de que vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados da nossa cidade. Apresentamos a diferença de preços entre o supermercado que praticou o preço mais elevado da cidade, este foi de R$ 604,33 e o menor com 516,17 Reais com os mesmos produtos; isto representa uma diferença de R$ 88,16; ou seja, 17,08% menor, um ganho que compensa o sacrifício de percorrer vários estabelecimentos. Outra sugestão que fazemos é a de verificar também os levantamentos realizados pelo PROCON do nosso município, esta instituição coloca sua informação no início de cada mês no site do município. O seu método facilita ainda mais a comparação dos preços praticados por cada estabelecimento ao apresentar os nomes de cada estabelecimento e seus respectivos preços de cada produto.
Conforme o DIEESE, e levando em consideração a determinação da Constituição Nacional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas do trabalhador brasileiro e de sua família (dois adultos e duas crianças) com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Dessa maneira, em Maio de 2021, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 5.351,11; isso significa 4,86 vezes mais do que o mínimo vigente que foi de R$ 1.100,00. E no mês de Junho/2021 o valor necessário aumentou para 5.421,84 Reais, isso significa 4,93 vezes mais que o salário mínimo atual de R$ 1.100. Desta forma, o trabalhador brasileiro teve uma perda do poder de compra do seu salário no mês de Junho/2021 devido ao aumento dos preços da Cesta Básica.
Maiores informações: Curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia com o Prof. Enrique Duarte Romero
FACE
Enrique Duarte Romero
enriqueromero@ufgd.edu.br
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