Pesquisador da UFGD publicou estudo que contabilizou 469 espécies de peixes na bacia do alto Paraná
O artigo publicado pelo pesquisador Prof. Dr. Fernando César Paiva Dagosta, professor lotado na Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD, com várias parcerias entre elas UEM, UNESP, UFMS, UFMG, UFU e USP revelou informações detalhadas da diversidade e biogeografia dos peixes do alto rio Paraná, fornecendo uma base sólida para futuras políticas de conservação. Segundo o trabalho, a bacia possui 341 espécies nativas pertencentes a seis ordens e 30 famílias, o que a torna a bacia hidrográfica mais rica do Brasil fora da região amazônica.
O pesquisador da UFGD e autor principal do estudo, relata que a bacia do alto rio Paraná drena a região mais desenvolvida e ambientalmente degradada da América do Sul: o sudeste brasileiro. Sua extensão alcança rios dos estados de SP, MG, GO, PR e DF. Ao mesmo tempo que tem uma das faunas de peixes mais conhecidas da América do Sul, também é uma das mais ameaçadas pela atividade humana. Urbanização, desmatamento, barramentos de usinas, espécies invasoras e poluição da água não apenas reduzem a área de vida das espécies, mas também alteram nossa percepção sobre a bacia e sobre seus organismos. O estudo aponta que algumas espécies de peixes do alto Paraná mal podem ser definidas como nativas ou invasoras dada a profunda alteração ambiental que dificulta esse entendimento.
O estudo revela ainda que ao contrário da maioria das bacias da América do Sul onde os lambaris formam o grupo com mais espécies, no alto Paraná são os cascudos os dominantes em diversidade, compondo quase um quarto do total de peixes na região. A maior parte das espécies se concentra na região central da bacia, enquanto espécies mais raras estão restritas a áreas periféricas e geralmente são compartilhadas com bacias vizinhas. A bacia do alto rio Paraná possui 10% de sua ictiofauna classificada como ameaçada e apresenta 128 espécies não nativas, incluindo três híbridos. Isso a posiciona como a drenagem com o maior número de peixes ameaçados na região tropical ao mesmo tempo que tem a maior quantidade de espécies não nativas.
O professor destaca que embora o Mato Grosso do Sul seja muito lembrado por ter parte do Pantanal, é na bacia do rio Paraná onde há maior biodiversidade de peixes e onde estão as espécies mais ameaçadas e raras do estado.
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